domingo, 27 de março de 2011

Is this it?

O curso de teatro, é um curso pouco concorrido, com pouco “status” e, espero que por enquanto, com pouco reconhecimento.Algumas pessoas não sabem ao menos que existe esse curso.Outras pessoas tem uma idéia completamente errada do que se faz na faculdade.
Nós, que cursamos ou quem cursou essa faculdade temos sempre de ouvir “chavões” do tipo:
“Vai passar fome!” ou então “Vai para a televisão”.Muitos vêem esse curso como uma brincadeira, alguns, até mesmo entram com o intuito de se divertir, de passar o tempo.
Mas, no meu caso, não é e nunca foi assim.Desde pequena eu sempre pensei em atuar no ramo das artes.Meu pai é musico e minha mãe da aulas de teatro na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.Desde que nasci, sempre estive envolvida nesse mundo.Atrás do palco, nas passagens de som.Atrás das coxias, assistindo minha mãe ensinar crianças, idosos e adolescentes a subir em um palco.Ver livros do Nelson Rodrigues pela casa, figurinos, guitarras, caixas de som, maquiagens, sempre foi comum na minha casa.Nomes como Antoine, Stanislavsky, e Brecht nunca foram incomuns para mim.E, diferente de muitas pessoas, sempre soube o que é o curso de “Artes Cênicas” e sempre tive um respeito soberano por ele.Afinal, esse curso nunca deixou faltar nada na minha casa.
Apesar de eu ter vivido em torno de teatro e musica, só fui fazer aulas de teatro aos 17 anos, quando estudei no Colégio De Aplicação, da UFRGS.Fiquei indecisa entre teatro ou musica, e escolhi teatro (anos depois tive essa mesma duvida e tomei essa mesma decisão).Depois do dia em que conheci as aulas de teatro, passei a admirar e amar mais ainda o curso de “Artes Cênicas”,e, desde os 17 anos sempre tive certeza que faria faculdade de Teatro ou Musica.
As aulas de teatro me atraiam e despertavam todo o meu interesse, diferente de todas as outras matérias (especialmente matemática).
Quando terminei o ensino médio, prestei vestibular para Bacharelado em Teatro na UFRGS e não passei.Mas, durante todo o meu ano de 2010 eu estudei fazendo cursinho para entrar na faculdade de teatro, fosse na UFRGS (que era minha principal meta, tendo em vista que minha família mora em Porto Alegre) ou em qualquer outra.Só que dessa vez eu prestaria para Licenciatura, devido ao maior campo em empregos no futuro.A UFRGS não deu pra entrar, em compensação, passei na UFSM e na UFPel.Escolhi a UFSM por ter sido o curso no qual a minha mãe fez Licenciatura em Teatro, há 30 anos atrás.
Escolhi esse curso, por ele ter sido importante na minha vida, desde pequena até hoje.Mas nunca bastou para mim fazer apenas um curso ou uma oficina de teatro.Sempre quis saber quem eram aqueles “caras” nos quais a minha mãe tanto falava e tanto lia.E agora, essa é a minha vez de saber quem são cada um desses caras.Quais os tipos existentes de teatro, quais as maneiras que se pode atuar.Quais os papéis dos diretores, atores, professores.
Eu pretendo seguir carreira acadêmica e dar aulas de teatro, a principio na UFSM ou na UFRGS depois de formada.Pretendo, pelo menos por enquanto, lecionar “Encenação”, que, até agora tem sido a matéria que eu mais me identifiquei.Pretendo fazer graduação, especialização, mestrado e doutorado.E, se tudo der bem certo, pretendo fazer doutorado fora do Brasil.
Sempre tive apoio da minha família para seguir esse caminho.Que já deu certo uma vez, e vai dar certo de novo.Porque, para mim, tudo que é feito com vontade e determinação, dá certo.Independente do curso, ou caminho em que se escolheu. 


Isso foi um trabalho, no qual eu resolvi dividir não só com a professora (:

terça-feira, 8 de março de 2011

Fluorescent Adolescent.

Você costumava vestir sua meia arrastão
Agora você apenas veste sua camisola
Descartou as noitadas por gentileza
Desembarcou em uma crise muito comum
Tudo está em ordem dentro de um buraco negro
Nada parece tão bonito quanto o passado, apesar de tudo
Está faltando "Tabasco" naquela "Bloody Mary"
Lembra quando ele costumava ser um canalha?

(Arctic Monkeys)

~
Amanhã eu vou, e dessa vez vai ser pra ficar.Não dei tchau pra ninguém, não procurarei e não procurei quem não me procurou.E que não venham chorar pra mim depois.Eu avisei que iria, quando iria.
E quem sabe essa mudança sirva para rever os meus conceitos?

terça-feira, 1 de março de 2011

02:26 AM


São 2 horas da manhã, daqui há algumas horas estarei pegando um ônibus e viajando rumo a Santa Maria, onde irei fazer minha matrícula na UFSM, e dar os primeiros passos a essa nova fase da minha vida, que começou tão derrepente.

Noites como essas me lembram do vestibular, quando há  2 meses atrás eu faria, realmente brincando as provas da UFSM.A sensação era a mesma.A insônia, a vontade de dormir e não conseguir.Saber que eu devia dormir pra estar pronta para o dia seguinte e não conseguir, como se até  o site mais bobo da internet pudesse me manter atenta durante horas, como se a minha cama fosse um lugar intragável e insuportável.

No fundo, eu já sabia que o meu lugar não era aqui.No fundo eu já sabia que eu teria que abrir mão de algumas coisas pra conseguir outras.No fundo, já havia sido previsto que eu iria para a UFSM em 2011, e foi uma profecia do departamento de mistérios que se realizou (talvez por eu ter acreditado demais na profecia, como fez o Lord Voldemort).Eu já sabia que só assim eu iria crescer.

Se eu ficasse aqui minha mãe não me deixaria crescer, e  nem eu deixaria ela me deixar crescer.Mas, vendo ela comprando  sanduíches e chocolates para a viagem*, concluo que ela vai sempre querer me proteger, mesmo quando eu tiver com 30 anos de idade.

Parece mentira que daqui há uma semana eu terei um novo endereço, uma nova cama, uma nova vida.Parece mentira que eu vou chegar  em casa, e a casa não vai ser  o apartamento da minha mãe, em um bairro nobre da capital.

Vai ser uma casa, com 3 estudantes de teatro, todos novos demais para a vida, todos morando sozinhos pela primeira vez, e todos descobrindo a liberdade.Errando, acertando e vivendo.

Eu sempre soube que seria assim, desde que vi o Cristian pela primeira vez, sem querer no vestibular da UFRGS que, eu não entrei  e ele desprezou (ou dessprrrrrrezzzou, com sotaque frances).Porque outro motivo nós cairíamos assim, de paraquedas um na vida do outro?

Eu sei que vão haver noites em que eu chorarei sufocada no travesseiro, e vão haver noites em que eu morrerei de rir por saber que não vai ter a minha mãe pra me cobrar até as coisas que são obvias.

Mas com certeza, eu vou ter muito mais orgulho de dizer aos meus filhos e amigos, que eu saí de casa para fazer meu destino com 20 anos.Deixando o meu amor mais valiozo me esperando e esperando por ele durante 1 ano.
Com certeza, vou ser bem mais feliz lá do que seria aqui.
Acho que fugir e mudar faz parte de mim, sempre fez.Ser “do contra” sempre fez parte de mim.

 

*Eu odeio envolver comida quando escrevo algo.